vermelha,
tu deves realmente existir para que ele exista:
quem se cobria de crostas cobre-se de chagas,
o trabalhador torna-se mendigo,
o napolitano calabrês, o calabrês africano,
o analfabeto um búfalo ou um cão.
Quem mal conhecia a tua cor, bandeira
vermelha,
está prestes a deixar de te conhecer, até com
os sentidos:
tu que já te gabas de tantas glórias burguesas
e operárias,
torna-te de novo trapo, e que o mais pobre te
desfralde.
a poesia é uma mercadoria inconsumível
poemas e recensões
trad. joão coles
sr teste edições
2022
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