29 setembro 2021

tomás sottomayor / veio nocturno onde o outono

 
 
Veio nocturno onde o Outono
Repousa dormente
E as folhas
Num murmuro tépido
Fazem as suas vozes brancas
Assomar do leito do adeus.
 
Delicados luzeiros cativos
Transplantados para as cidades
Onde, por sobre as lajes
Alumiais as cabeças fatigadas
Da turba com as vossas
Luzes frias.
 
Pirilampos sem memória
Cobertos de cera
Entristecem, entontecem
A pele das estrelas.
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021





 
 

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