à entrada do Passeio Alegre. A mão vigorosa compões a terra.
Afasta-se com um balde, para regressar com a novidade de
um boné de pala vermelha – protege-lhe o
rosto. Vejo-o da varanda. A minha casa
pertence-lhe;
nunca o saberá. Ofereci-lhe, prata envelhecida, o meu tempo.
Não vai suspeitar
que também o meu próprio tempo lhe pertence.
Não terá as palmeiras, a pedra perfeita dos obeliscos à
entrada do romântico passeio. Ele canta –
o desfazer do exacto tempo passado: o que foi meu
entrego ao abrigo dos seus braços a inclemência da velhice
apodera-se do oriente eslavo, da sua vida. Na Foz do Douro um dia
invisíveis correntes
relógio d´água
2004
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