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14 outubro 2024

tomás sottomayor / do seio da noite arqueada

 
 
 
Do seio da noite arqueada
Taciturno sorvo o leite negro
De tudo o que se perdeu.
Ajoelho-me sob o peso da tua mão
E aguardo o sinal para que a minha
Se mova sem hesitação
Para arquear um novo céu.
Tenho um desejo insular
Por mundos invisíveis.
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021
 



20 dezembro 2023

tomás sottomayor / a tua voz

 





 
A tua voz – uma flor
Na noite sob o meu peito.
A tua voz – como leite
Ou a ideia apenas
Do que não tem nome.
 
Fermenta, singelo
Um rebento na escuridão.
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021
 




18 junho 2022

tomás sottomayor / na aridez da nossa verdade

 
 
Na aridez da nossa verdade
Talvez nem um sonho
Solitário esvoace.
 
Só o rumor do vento
Nos ramos duma
Árvore estiolada.
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021
 



05 fevereiro 2022

tomás sottomayor / quando era ainda

 
 
Quando era ainda
possível um verso puro
O dobrar dum sino na
época da festividade
Medrou a melancolia
no sopro que animou
o meu coração.
Consumou-se o exílio
Nos cantos à fertilidade
da terra
Nas vozes frias e brancas
das crianças.
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021




 

28 outubro 2021

tomás sottomayor / um osso

 
 
Um Osso
Apenas
Pode falar de todas
As histórias de Amor
De todos os momentos
Perdidos no Jardim
 
Da tua Graça
Enquanto tomas banho
Num delírio de Satie
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021

 




 

29 setembro 2021

tomás sottomayor / veio nocturno onde o outono

 
 
Veio nocturno onde o Outono
Repousa dormente
E as folhas
Num murmuro tépido
Fazem as suas vozes brancas
Assomar do leito do adeus.
 
Delicados luzeiros cativos
Transplantados para as cidades
Onde, por sobre as lajes
Alumiais as cabeças fatigadas
Da turba com as vossas
Luzes frias.
 
Pirilampos sem memória
Cobertos de cera
Entristecem, entontecem
A pele das estrelas.
 
 
 
tomás sottomayor
auberge ravoux
língua morta
2021