26 julho 2016

josé maria valverde / madrigal do emigrado



Terra mínima e fiel, mulher de sempre,
és a minha pátria arada e fértil, levas
minha linguagem, minha gente, meu diálogo;
em ti acampo no novo, lar errante
com o mesmo ruído de filhos e de pratos;
colonizas o aberto, sem temores,
torna-lo amigo e nosso, oh peregrina
suavemente cambiante pelos anos,
pela luz diferente dos países;
tu, minha vida na mão até ao fim.


josé maria valverde
antologia da poesia espanhola contemporânea
selecção e tradução de josé bento
assírio & alvim
1985



Sem comentários: