Ele começa a
espiá-la através dos ramos.
Cheirula-a de
longe, sacabéstia que é, nescional.
Ela: uma
loira distraída um pouco sensaborida.
Aquilo
coiceja-o, põe-o logo a babamar-se
Sacode-o
todinho, por baixo, por cima, a tresfolegar.
Solusufoca.
Não aguenta mais.
Aproxima-se
pois à relucapa,
arraganha-a,
e com violência e terror a derriba
no chão de
folhas frias da floresta muda.
Dessaia-a; e
já à vontade merexe-lhe,
apalpilha-a,
enodoa-a e morteia-a
(tesa-lhe as
unhas na varte, que martira).
Ébrio de
imundo, doido pelo corpo doce,
sobre ele se
zantira e o tramata.
Transpirando
desvairado em grunhal derronco
— ronca! e
treguincho —
ranhodeia-a e
enrulha-a,
besbesunta-a,
mordalha-a, reconcobrea-a e ferina-a.
E por fim,
triunfante, enceleira-a!
Imensa cuba
de um instante!
Floresta,
mulher, terra, céu animal dos recônditos!
Beatamente
ele lamafurda.
Ela ergue-se,
esgazeada. Sórdido sonho, bem pior que
um sonho!
«Já passou,
não tenha medo, sumiu-se já o vagabundo...
e leve como
uma pena, minha senhora.»
henri michaux
o retiro pelo risco
tradução
júlio henriques
fenda
1999
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