Devagar a
tesoura poda o arbusto
tornando-o
de realidade em desejo
da forma. O que
me atrai, a flor,
a folha de
fuligem, os troncos curvos
para os pardais escuros e ocultos.
Devagar os
ramos caem e os que o
podador despreza
vão entrar na gé-
nesse da
nova terra. É inevitável
que tudo
isto me crie nostalgia.
Não há um
estalido simples, corte só,
nem morte
só, a morte daqueles
ramos
estendidos pelo gradeamento
a viver
naturalmente entretanto.
O podador
escolhe assim a aparên-
cia da obra
que devagar executa,
na ordem e
no capricho da folhagem
para sempre
jovem e ágil.
fiama hasse pais brandão
três rostos
âmago II (nova natureza)
1985-1987
assírio
& alvim
1989
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