Bebemos às
escondidas
Em copos intactos
Vinho que talvez
Fosse para nós.
Bebemos às
escondidas
Por entre as
turbas
Que se moviam
para o sol.
Era à saída dos
nossos labirintos
E faltava-nos
firmeza nas mãos.
As delícias do
azul reservavam-se para a colina,
o cimo das
árvores
E o ocioso
gavião.
Tivemos a nossa
hora e julgámos possível
Proteger as
planícies e o próprio espaço.
Amámos às
escondidas
E soubemos que
não pode curar-se
Em pouco tempo
alegria excessiva.
guillevic
élégie,
fxécutoire (1947)
vozes
da poesia europeia III
traduções
de david mourão ferreira
colóquio letras
165
fundação calouste
gulbenkian
2003
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