15 agosto 2011

gil t. sousa / esse brilho



.
.
.
37

esse brilho de cidade
que no rasto das estrelas se anuncia

ou o alquímico silêncio de uma duna
cravado
no olhar de um sábio

as papoilas,
os segredos
na lisa viagem do sangue
os mistérios vermelhos
de que se envenenam os rios

as ruidosas veias
que moram nas mãos solitárias

a morte
vestiu-se de prata
é
uma serpente
que sobe lenta
o último suspiro
da lua
e descansa aos pés
da eternidade dormente
das pedras




gil t. sousa
falso lugar
2004
.
.
.

.
.

2 comentários:

fernanda disse...

Como dizer? Mais que belo. Gosto muito.

Graça Brites disse...

Absolutamente comovente. De tão brilho e de tão belo.