Neste país
onde se morre de coração inacabado
deixarei apenas três ou quatro sílabas
de cal viva junto à água.
É só o que me resta
e o bosque inocente do teu peito
meu tresloucado e doce e frágil
pássaro das areias apagadas.
Que estranho ofício o meu
procurar rente ao chão
uma folha entre a poeira e o sono
húmida ainda do primeiro sol.
eugénio de andrade
véspera de água
poesia
fundação eugénio de andrade
2000
1 comentário:
Um dos grandes escritores portugueses..
http://ladocego.blogspot.com/
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