na caneca de café com leite.
A luz sem sombras
Que vem do oleado do céu
pelos vidros de poeira
presa da precipitação.
O brilho dos arruamentos
conduz ao cotovelo
onde podias vir estacionar
por mim. Pela saudade.
Eu apagava o cigarro embaraçado
do hálito e do desalinho.
Queres café?
Sem conseguir olhar-te
como se não estivesse em minha casa
como se remediar não fosse um predicado.
O teu cabelo cresceu.
As mãos fortuitas no cós da saia.
Sinais apagados como a prece
na janela desembaciada
por onde estarias a olhar
o subúrbio da alegria franciscana
se isto fosse mentira de mercê
obrigado à minha irmã chuva.
as escadas não têm degraus 3
livros cotovia
março 1990