no recuo d’aflição
declaravas o amor escuso.
Amêndoa amarga
frivolidades da razão
a ver se pegava.
uma carga de desgostos
lumes bruxuleantes
arredios, teimosos
a errarmos assim
sem fim, sem mais além.
à fruta
ao alçapão do leite
à cata dos rótulos.
Depois, abóbora.
A tarde caiu do nono
fogo, fingido nosso.
num adeus de soslaio
e caras de caso.
Um final felizinho
azul, lua conforme.
dormes no cúmulo das escadas
que por agora vagou
e eu vou aviado
de calores e a pé
para o fim do mundo.
Um lindo par
mas nem uma jarra.
Este amor vai durar
sem nunca ser o teu homem
nem camisas engomadas, ou assim.
as escadas não têm degraus 3
livros cotovia
março 1990
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