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30 junho 2018

miguel curado /ensaio sobre este lado da loucura








não são daqui os desnortes mal escritos,
nem as vezes em que as pessoas se pintam
policromaticamente para comerem invisibilidade,
deste lado da loucura são os monstros que almoçam
água connosco,
e depois não bebem café porque te devoram num
trago...
assumimos todos que o mundo é diferente
da chuva amarela que pinta o chão de ouro,
mas nem saímos em passos arroxeados daqui,
escolhemos o luar desinteressado que nos acompanhará
até ao fim do mundo...


miguel curado
abrir os olhos até ao branco
in-finita
2018






20 janeiro 2018

miguel curado / primordial mente



Disseste que me davas o céu rasgado, desfeito até só sobrarem estrelas filhas da explosão primordial,...
A manhã rompia com uma gélida sensação de falhanço,
Ao longe pequenos pontos de conformismo caminhavam irregularmente para qualquer coisa igual a ontem,
E sem fim descrito em parte nenhuma,...

Conversámos até o planeta parar,
Ouvia a criação presa ao invisível á espera que tudo fosse normal em sangue novamente,...

Só que das flores veio o poema,
Só se me desses o luar poderia haver vida desenhada num novo entardecer,

Até lá criámos o desnorte controlado pelo som dos oceanos