caminho silenciosamente
neste resto de outono
as montanhas longas
espreitam meus sonhos
fujo dos
nomes
e das origens
da palavra que oprime
só sei do tempo que agora nasce suave
aqui feito ave
o corpo fatigado e tímido
vence as ladeiras escarpadas
em busca de ninguém
de
nada
vejo muitas janelas abertas
para receber o dia
que sentencia um
azul profundo
como se fosse a jura dos seus
olhos
como o mar
ah! o mar
eu sigo condenada às coisas líquidas e salgadas
gozo
suor
e lágrimas
carla carbatti
na cadência do caos
editora urutau
2016