A lua quebra os seus espelhos nas ruínas enquanto
Beirute faz
muletas de sangue e cinzas e coxeia com elas.
É verdade. O céu tem correntes à volta dos pés, e
as estrela
têm adagas presas na cintura.
O dia esfrega os olhos, sem acreditar no que vê.
Chora, Beirute, limpa as tuas lágrimas com o lenço
do hori-
zonte. Escreveste de novo ao céu, mas estavas
errada e agora os
teus erros escrevem-te.
Não tens um outro alfabeto?
adonis
arco-íris do
instante
antologia
poética
tradução de nuno júdice
dom quixote
2016
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