155 – Não tenhas pena de ser mortal e de não
conheceres a eternidade. Porque a eternidade está em ti, no momento incrível de
te desprenderes do teu corpo, da sua miséria e estrume, e te pensares a ti mesmo
e te sentires ser. Ou quando uma imagem de outrora, luminosa, ténue, se abre ao
teu imaginar. Ou quando, fulminante, uma obra de arte. Ou quando, violento
intenso instantâneo, o todo de uma mulher. Ou quando pela manhã a terra espera
em silêncio que o dia vá começar. Ou quando. A eternidade mora em nós e na
vida, deixa apenas que ela se diga e te habite. E serás mais do que Deus, cuja
eternidade passou.
vergílio
ferreira
pensar
bertrand editora
2004
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2004
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