Aos poetas não invejar coisíssima nenhuma: a poesia
que fazem, a inspiração que podem ou o mau vinho que bebem. Nem as vidas que
tiveram, por muito adjectivadas ou desconhecidas que fossem. Nada. pois tudo é
para esquecer: os versos, a inspiração, os álcoois e, já agora, as vidas
também. E a somar a isso as dores que sentiram, depreende-se que muitas e
também os alívios, desde os mais nobres até aos mais soezes, ou vice-versa.
rui caeiro
baba de caracol
o sangue a ranger nas curvas
apertadas do coração
maldoror
2019
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