Os ossos, que são feitos de luar.
E a nossa alma é sombra
A sonhar e a pensar, conforme é dia
Ou noite, pois em nosso pensamento
Esplende o sol.
Mas, ao luar, é que se expande
O nosso dom fantástico, esse voo
Sem fim do nosso ser
Que ultrapassa as estrelas,
E alcança, além do tempo, a eternidade,
E o infinito, além do espaço,
E Deus, além dos deuses.
cadernos de poesia
III série, fascículo 14
Lisboa 1953
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