Toda a literatura está não lida.
Toda a literatura foi traída.
E, além de sua natureza sempre nula,
no futuro mais será perdida.
Também o papel, que hoje
em belíssimas folhas se folheia,
entre os dedos humanos,
será roído um dia.
Outra matéria nova e, por momentos,
não vã há-de captar as vozes
dos poetas bardos, de ouvidos
mais atentos aos sons sonoros.
Assim os meus versos são o meu pó
na poeira dos livros já delidos.
fiama hasse pais brandão
hífen 8 janeiro 1994
cadernos semestrais de poesia
artes poéticas
1994
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