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Era uma vez um país onde a morte produzia um som
igual ao do vidro que se parte. O céu parecia de papel de embrulho mas os
animais eram todos de vidro, especialmente os insectos. Havia mesmo uma grande
árvore totalmente habitada por uma espécie de libélulas de vidro azul-escuro. Quando
algum animal morria o chão ficava todo cheio de vidros partidos, o que na época
dos grandes desastres tornava os caminhos realmente intransitáveis. Os caçadores
percorriam os montes munidos de orelhas de prata.
ana hatherly
463 tisanas
quimera
2006
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