2. GIORGIO MORANDI
Ondas de sangue adormecem
solitárias, nocturnas, imprecisas
As veias são assim, na tela clara
das naturezas mortas
As tuas mãos, pausadamente
contam o tempo
da gestação dos frutos
e desvendam-nos coisas nos sentidos
Uma aqui, outra ali
E depois nós olhamos
a árvore, a catedral, o rio imóvel
O corpo e a maçã erguem melhor
o firmamento, a luz sobre as cadeiras
– são o retrato
das diferentes imagens invisíveis
animais, vegetais e minerais
Um ruído lá fora
Um pequeno barulho pouco a pouco desfeito.
nicolau saião
apeadeiro
revista de atitudes literárias
n.º
2 primavera de 2002
quasi
2002
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