Não lamento o partires quando partiste – se todas
da minha vida partem, mais cedo ou mais tarde – ,
mas que continues a partir sempre que lembro
que não estás comigo, que é por exemplo agora.
Lamento que o filme da tua partida seja
na minha imaginação um tema recorrente
e que não haja neste mundo mistura química
capaz de me transportar ao reino do olvido,
onde tu não partes.
luis alberto de cuenca
a vida em chamas
uma antologia
trad. miguel filipe mochila
língua morta
2018
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