recorda
como se os dias não fluíssem em dias
e para ti fosse um nítido jogo de músculos
meu braço no teu corpo
anfiteatro
da mais pura derrota rumo às constelações
eis-me descoberta
de tudo que se arrisca sem limite
construído pela colaboração de globos de vidro
iluminados e submersos
para o teu nome
um novo mecanismo de linguagem
para o teu corpo
memória ciclo perfeito
dos meus desejos de pedra e de violência
tu
única para quem fui
adeus o homem sem comédia
manuel de castro
o surrealismo na poesia
portuguesa
organização, prefácio e notas de natália correia
frenesi
2002
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