01 abril 2017

al berto / um dia a manhã limpa perturba



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Um dia a manhã limpa perturba
o brilho molhado da boca -alastra
cicatrizando a fonte maligna do sangue

a fala ergue-se clara -sem dor
o tronco da árvore reverdece e
o mistério do voo dos pássaros sobe
á raiz viva do corpo -húmus

seiva fogo fundem lentamente -poeira
de lume vibrando
árvore volátil nascida no fundo da água
intensa - de novo
a respiração



al berto
o último coração do sonho
editora quasi
2000






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