17 março 2016

oscar wilde / libertatis sacra fames



Embora seja filho da democracia
    E a Republica seja para mim o bem
    De cada um poder ser Rei, sem que ninguém
Tenha assento sobre os pares, todavia,
Malgrado este moderno afã de Liberdade,
    Melhor é quando Um só governa, e outros seguem,
    Do que deixar que falsos oradores deneguem
Sermos livres, por sua anárquica vontade.
Não gosto, pois, daqueles cujas mãos corruptas
    Arvoram sobre a turba imensa panos rubros
    Sob cujo ignaro mando, sem justiça,
A Arte e a Honra e a Cultura se sepultam;
    Só resta a Traição, com gládio de cobiça,
    E o Assassino com seus pés de sangue mudos.


oscar wilde
poemas
trad. margarida vale de gato
relógio d´água
2005



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