Sob esta ponte passa o rio Sena
e o nosso amor
lembrança tão pequena
sempre o prazer chegava após a pena
Chega a noite a hora
soa
vão-se os dias vivo
à toa
Mãos dadas nós fiquemos face a face
enquanto sob
a ponte dos braços passe
de eternas juras tédio que se enlace
Chega a noite a hora
soa
vão-se os dias vivo
à toa
E vai-se o amor como água corre atenta
e vai-se o amor
ai como a vida é tão lenta
e como só a esperança é violenta
Chega a noite a hora
soa
vão-se os dias vivo à
toa
Dias semanas passam à dezena
nem tempo volta
nem nosso amor nossa pena
sob esta ponte passa o rio Sena
Chega a noite a hora
soa
vão-se os dias vivo à
toa
guillaume apollinaire
poesia do século xx
(de thomas hardy a c. v.
cattaneo)
tradução de jorge de sena
editorial inova
1978
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