Na Rua Transversal
Cresciam rosas
E uma data doutras coisas
Que ninguém via
Na Rua Transversal
Havia um velho bébé
Que chorava à janela
Poqu´ia cair
Na Rua Transversal
Havia uma avó
Que mostrava o traseiro
Por duzentos e trinta e cinco francos
Na Rua Transversal
Em silêncio junto de um pórtico
Havia um militar
Com os pés no bicórnio
Na Rua Transversal
Havia um inventor
Que fabricava balões
A preto e a cor
Na Rua Transversal
Havia uma guilhotina
Que cortava o charuto
Para o papá da Alina
Na Rua Transversal
Havia namorados
Debaixo dos umbrais
Olhos nos olhos fixados
Na Rua Transversal
Havia leões ferozes
Vestidos de cossacos
Para irem para a boda
Na Rua Transversal
Nunca se lá passava
Não era uma rua a sério
E todos estavam mortos...
boris vian
canções e poemas
tradução de irene freire nunes e fernando cabral martins
assírio & alvim
1997
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