[xviii]
em tempo de narcisos(que sabem
o sentido da vida é crescer)
esquecendo porquê,recorda como
em tempo de lilases que proclamam
o desígnio da vigília é sonhar,
recorda assim(esquecendo parece)
em tempo de rosas(que assombram
o nosso agora e aqui com o
paraíso)
esquecendo se, recorda sim
em tempo de todas as doçuras para
além
do que quer que a mente possa
entender,
recorda busca(esquecendo acha)
e num mistério a haver
(quando o tempo do tempo nos
livrar)
esquecendo-me, recorda-me
e.e. cummings
livrodepoemas
trad. cecília rego pinheiro
assírio & alvim
1999
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