A custo de pé se
mantêm os muros
Ao longo desta
rua
Íngreme, cheia de
curvas.
Dir-se-ia que
vieram todos, os do bairro,
Enxugar as mãos
gordurosas no rebordo das janelas,
Antes de em
conjunto penetrarem na festa
Onde parecia
cumprir-se o seu destino.
Vê-se um comboio
a arrastar-se por cima da rua,
Vêem-se luzes a
acender-se,
Vêem-se quartos
sem espaço.
Por vezes uma
criança chora
Na direcção do
futuro.
guillevic
faubourg,
terraqué (1942)
vozes
da poesia europeia III
traduções
de david mourão ferreira
colóquio letras
165
fundação calouste
gulbenkian
2003
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