Vagabundeio!
Passo sob o
cartaz de um fantoche a cavalo,
passo entre
desafios sem fraternidade,
entre
mulheres áridas, entre bosques de chamas.
Passo
nutrindo-me de palavras como água,
humildemente,
sem discursos, desprezando
os pedestais
que olho como uma estátua ferida.
A grande
roda move-se de manhã à noite,
os números
vão saindo, um zero, um sete...
Esta é a
terra onde nasci e onde te escrevo.
Aqui jogo às
escondidas com a angústia,
aqui fui
alistado nos exércitos, naufraguei,
achei
na cinza os meus melhores diamantes,
encontrei a
boca e os olhos do amor...
Aqui
conservo as rosas que me deste.
egito gonçalves
o amor desagua em delta
editorial inova
1971
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