que dizem as
mãos erguidas como para sair para as ruas
onde se nos
torna difícil caminhar no côncavo da história
sem
território sem paz e sem pátria porque assim o queremos
para rasgar
com tristeza as cores do vento e do desejo
vejo-me
reflectido em outras mãos erguidas na claridade do tempo
através da
sombra negra que já não pode enegrecer sem segredo
sem atalho
sem cortar o pão que se come fresco
o pão
pousado na mesa azul horas docemente concedidas
não se pensa
em escrever a história muito menos falar dela
apenas
deixar-se levar ao signo pela chave do tempo
e à
conversão poderosa que faz do dia o sentido possível
e pode-se
não acreditar em nada salvo na nudez das palmas descobertas
quando se
olha a luz das nossas mãos à beira-mar
joan-ives casanòva
poemas
tradução de
rosa alice branco
encontros de
talábriga
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