que eu não esqueça nunca
a 1uz que me ensinaste
a que ascendia do fundo
da tua antiga inocência
e transbordava
o espaço colocado
entre tuas coisas e as minhas
que nunca esqueça
certas palavras tuas
que falavam da tua gente
dos dias de cinema
do pai
da guerra
de duas mulheres sozinhas tanto tempo
é essa zona intacta da tua voz
onde não chego
tua presença e a minha
o mundo que respiras
o desse menino
sentado entre as pedras
atentos os seus olhos
ao brilho dos teus olhos
hoje a tua voz contida
une-me mais
às palavras que não percebo
a leve passagem da tua voz
fura o ar e vibra
expande-se
mais aquém da luz que antecede
o rosto dessa infância sem testemunhas
emudecia sempre quando menino
porém se tu falavas nascia outro silêncio
ángel campos pámpano
traduçáo de antónio cândido franco
diversos nr. 15
2009
1 comentário:
Gostei do poema.E pensei no que foi a vida do Miguel Portas.É que o poema podia ser-lhe também dedicado.
Obrigada pela boa poesia que vem colocando.
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