09 março 2011

léon-paul fargue / fases






O garoto arrisca-se a morrer
Pois muito se cansa a correr
Por entre os objectos amados

Nessa demanda sentimos
Ir o pobre em correria
No grande silêncio do dia

E o barulho do dia freme.
E como que em oração rara
A hora passa lenta e clara
Sobre o largo sonolento
Sob o céu do Inverno que treme

E a vida é como um lamento.
Ah como ela faz sofrer!
Sem censura, voz calada

Por um prazer, por um nada...








léon-paul fargue
"tancrède" (revista "pan",1895)
trad. de nicolau saião










1 comentário:

Edu Lazaro disse...

Entendo...
E reticências nos fazem pensar: tudo que fica na cabeça depois de ler uma poesia. Uma poesia que semeia imagens e... reticências: estou lamentando como a vida parece ser?rsrs - Abraços!!

Eduardo Lazaro
http://ebrancaglioni.blogspot.com