Assassinado pelo céu,
entre as formas que vão até à serpente
e as formas que procuram o cristal,
deixarei crescer os meus cabelos.
Com a árvore de mãos cortadas que não canta
e o menino com seu branco rosto de ovo.
Com os animaizinhos de cabeça partida
e a água andrajosa dos pés secos.
Com tudo o que tem fadiga surda-muda
e borboleta afogada no tinteiro.
A tropeçar como o meu rosto diferente de cada dia.
Assassinado pelo céu!
federico garcia lorca
nova iorque num poeta
trad. antónio moura
hiena editora
1995
2 comentários:
mt bonito o poema..mm mt "forte"..n eh bem esta a palavra q kero dizer, mas exprime quase q 1 raiva..gostei :)
beijos
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não foi a primeira vez que o caminho aqui me trouxe, a estas palavras, a estas imagens de sal.
hoje procurava marguerite duras para a minha salsugem,ainda nascente, aqui vim ter.
não podia deixar de dizer, de sorrir à cumplicidade invisível deste gosto também de mar.
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