das fontes quando anoitece.
Era o corpo como um rio
em sereno desafio
com as margens quando desce.
sem ter tempo de parar.
Ervas nasciam dos passos
cresciam troncos dos braços
quando os erguia no ar.
E desfolhava ao dançar
o corpo, que lhe tremia
num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar.
porque era um deus que passava.
Alheio a tudo o que via,
enleado na melodia
duma flauta que tocava.
eugénio de andrade
as mãos e os frutos
poesia
fundação eugénio de andrade
2000
as mãos e os frutos
poesia
fundação eugénio de andrade
2000