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30 agosto 2016

sabine scholl / a beleza




Ora à luz do escurecer ora ao alvor da manhã,
ora ao roçar e ao arredar de tudo o costumeiro.

Uma vez cresceu a sombra a um canto, uma vez passou um raio
pela sala, uma respirei sal e sussurrei murmúrios.

Assim o entrelaçar-se é como o amor a cada coisa, assim são
azuis as visões dos pássaros, cujas imagens alternam.

Aquilo que se aproxima, vira, se perde, lugar de repouso
na tarefa do perceber, do agir, aquilo que espanta.

O vazio e pressentimento,  o campo, o teu andar, o arbítrio
e expressão visível  de um sonho, o engano.

Às vezes ele está nos olhos, às vezes no suavizar dos traços,
às vezes no repetir uma palavra, às vezes pelos caminhos fora.

Então uma cavidade, um voo, uma extensão sem fim, breve,
um relâmpago, então com o entendimento do fogo, TU, o Universo.


sabine scholl
tradução de antónio de sousa ribeiro
poesia do mundo
afrontamento
1995