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16 junho 2016

joão meirinhos / fronha


Perdi os fósforos, as
Cortinas corridas símbolo
De um silêncio óbvio
Arranhando o seco com um
Esgar, e quem sabe quem
Somos senão sombras
Num quarto de soluço às
Apalpadelas, durante a
Dura do duche decido que
Sou incapaz – nunca
Saberemos a que
Cheiras ao acordar, o
Incenso dos teus ais,
Talvez ambos à espera do
Outro separados por um
Gato – talvez só impróprio
E sujo com uma lábia
Razoável – nunca saberás como
Perco a respiração quando te
Vejo emaranhar o cabelo
Em espiral e falar de
Sapateado em Chicago e
Fellini e Puccini e todas as
Lendas que seria bom que se
Mantivessem vivas como jóias
Por detrás da cortina engolindo
Mais silêncio
A seco.


joão meirinhos
enkrateia
2016