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10 novembro 2018

diogo costa leal / voz alta




*
no quadro vivo desta ideia-viva com o sonho vivo
do teu nome ao centro
há uma criança a dançar space rock com luvas de fogão nos pés
e um pulmão de sol ventilado por árvores
e um beijo terno na testa das cobras
e óculos com hastes de rosas e lentes de fruta
e um baloiço de esponja sentado
por um cérebro que sorri enxaguado
brilhante e empurrado
por dedos de ninho
de um deus-cantado;
isto e
como disse, ao centro
um Lázaro gestual das memórias mais felizes
a abrir o fogão dourado nos relógios das raízes
prestes a servir novo banquete de infância
para a criança que dança, porque dança
num espaço em branco, teu por direito de quanto
e teu por dever de espanto e balança
para que o reconstruas com o corrimão
do teu próprio entretanto de quadro
no interno milagre de esquadro nas pontes do amor
para testemunho das fortunas
de flora fauna e faúlhas
em galáxia de celebração
nos raros arquipélagos
da solidão.



diogo costa leal
voz alta
editora urutau
2018