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07 janeiro 2016

a. m. pires cabral / epígrafe



Se algum dia alguém chegar a ler
este dizer agreste,
provavelmente pensará: que pálida lanterna;
não é deste metal que a luz é feita.

Calma. Pois não.

Mas quem assiduamente
visita os desvãos onde a noite se acoita
não precisa de mais que o clarão desta treva,
desta cegueira sem cão se sem bengala,
para no escuro rasgar o seu caminho
e nele ir progredindo às arrecuas.


a.  m. pires cabral
a noite em que a noite ardeu
cotovia
2015




23 setembro 2011

antónio manuel pires cabral / recado aos corvos





Levai tudo:
o brilho fácil das pratas,
o acre toque das sedas.

Deixai só a incomensurável
memória das labaredas





antónio manuel pires cabral
as escadas não têm degraus 3
livros cotovia
março 1990