Para a água cantante. Para as falsas fontes
de Roma e da cultura.
Os Bárbaros isolam os metais junto à fronteira.
Ouvem-se-lhes os gritos por cima das alfaias.
Nem a neve os detém nem a canícula
que o dia de hoje é a lagoa enorme onde desaguam
os nomes todos dados à palavra.
De noite se quiseres podes fazer a tua cama em África
e o sangue aceso seguirá a música
entre o cobalto e a linha Maginot.
Da renda mais tranquila escolherás os melhores vocábulos:
a mãe risonha sob os castanheiros,
a viola muda ao canto da sala,
o rubor do pão oculto no regaço.
Ninguém te levará esta manhã a sério.
Partes os caules das jarras conscientes
bebes o mijo louro
e espreguiças-te no interior dos átrios
literários.
Com uma nova máquina fazes a barba
À relva adolescente dos sentidos.
armas brancas 1977
o que foi passado a limpo, obra poética
assírio & alvim
2007
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