17 julho 2018

paulino lorenzo / bairro apagado




A rua dorme, é lenta e vem de muito longe,
de um ruído de pássaros curiosos que observaram
a pele de um coração, o meu. Que faço aqui?
Nada de novo, fumar, perder o tempo,
escutar o escuro chapinhar dos charcos,
resolver o poema com um último verso
calado frente ao aquário lúgubre de uns olhos.



paulino lorenzo
poesia espanhola, anos 90
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água
2000









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