Minha filha, o
mar,
Já o adivinhaste,
Não é uma prenda
Que te possam
dar.
Minha filha, a
onda
É um outro mundo
Onde o pé se
afunda
E ninguém
responde.
O horizonte,
filha,
É um grão-vizir
Que há-de
receber-te
Quando o fores
abrir.
Minha filha, o
espinho,
Bem o viste já,
Só se torna amigo
Se nos maltratar.
Minha filha, a
dança
Que posso
ensinar-te
Nos teus olhos
brilha
E hás-de
segui-la.
E, filha, a
esperança,
Mais forte que o
mar,
Mais forte que o
espinho,
A onda e a dança.
guillevic
chanson,
gagner (1949)
vozes
da poesia europeia III
traduções
de david mourão ferreira
colóquio letras
165
fundação calouste
gulbenkian
2003
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