Ergo-me de
ti no zimbório
de folhas na
penedia do castelo medieval
de limos na
humidade da praia
de cristais
entre os rochedos do Cabo Horn
Caminho de
gelo na floresta
de sôfrego
na vastidão do deserto
de louco na
brancura do hospício
Eu abismo,
eu cratera
inclinei-me
e vi um espectáculo caprichoso: uma unha branca
uma unha
branca a viver assim despreocupada
OGIVA-BORBOLETA
Arco-de-Cor
caldo muito triste
Casulo de
quem ninguém falou
Teia-de-Aranha
exposta à loucura e ao tempo
Andorinha-Azul
de chapéu mole e baratas na cama
VENTOINHA.
antónio maria lisboa
1 comentário:
tão pouco lido e falado este senhor, expoente máximo do surrealismo, que escreveu um dos mais belos poemas de amor de sempre: "isso ontem único". obrigado pelo poema. um abraço.
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