À senhora
Vermeer coube-lhe a sorte
de não caber
nos quadros
de Vermeer,
seu marido.
Não possuía
o traço do anil
ou do ouro
que lhe
caíam o regaço
como única
declaração de posse
das jóias e
do marido
que não era
jóia nenhuma
como dizia a
criada
que sabia
como se cozinhavam as coisas
à rapariga
do brinco
que ele
pintou para sua desgraça.
A senhora
Vermeer não ficou na História de Arte
só na das
histéricas lágrimas
e inúteis
posses,
desvairada e
borratada
na sua
pintura.
ana paula inácio
telhados de vidro nº. 11
averno
2008
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