28 setembro 2011

w. s. merwin / quando partes





Quando o vento roda para o norte
Os pintores trabalham todo o dia mas ao sol-pôr a tinta cai
Descobrindo as paredes negras
O relógio bate repetidamente a mesma hora
Que não tem lugar nos anos

E à noite acobertado na cama de cinzas
Acordo de repente
É a altura em que a barba dos mortos está a crescer
Eu recordo que caio
Que sou o culpado
E que as minhas palavras revestem o que nunca serei
Como a manga enrolada de um rapaz sem braço.







w. s. merwin
trad. josé alberto oliveira
rosa do mundo
2001 poemas para o futuro
assírio & alvim
2001





1 comentário:

Jus et Humanitas disse...

Boa noite, GS. Tenho um blog de poetas norte-americanos e usei uma tradução de M.S. Merwin postada em teu blog. Meu blog é http://arspoeticaethumanitas.blogspot.com.br/. Dá uma passadinha por lá, deixa um comentário e, se possível, siga-o, certo? Obrigado, Dalcin Lima.