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Os pés nos campos de algodão
calcinados de sangue, abertos
descidos os buracos ao corpo
caminhamos os campos desprovidos
abrimos poços nos ouvidos,
os olhos já queimados
furamos os dedos nos umbigos
um a um num cordão a enfiar,
nascemos uns nos outros
não sabemos quem nos vem queimar.
alexandre nave
columbários & sangradouros
quasi
2003
1 comentário:
De uma beleza terrível
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