25 maio 2010

alexandre nave / o cheiro dos carniceiros a tatuar palavras







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Os pés nos campos de algodão

calcinados de sangue, abertos
descidos os buracos ao corpo

caminhamos os campos desprovidos
abrimos poços nos ouvidos,

os olhos já queimados
furamos os dedos nos umbigos
um a um num cordão a enfiar,

nascemos uns nos outros

não sabemos quem nos vem queimar.








alexandre nave
columbários & sangradouros
quasi
2003






1 comentário:

fernanda disse...

De uma beleza terrível