sentires...
acordas junto à sombra dos sentires
perdido no movimento azebre,
fulguras da tristura ocasional
de um tempo passado
sem prazer.
suave na sua mudez,
a terra olha-te em silêncio.
escutas a voz do perigo
entre o bem e o mal,
consegue pousar
do lado da luz
no frio que te dá ordens
do coração saltam feridas
devoradas pelo infinito
já nada sentes
embriagado na música inaudível,
expeles do teu corpo uma seiva amarga,
e imploras para renascer
de um ventre sem rosto
aguardas na praia que a maré vaze,
encontro-te...
dou-te a minha mão!
l.maltez
1 comentário:
Obrigada pelas suas palavras,sinto-as... Tenho sentimentos de uma crueza, parecida com a sua, só que não os sei expressar como você, tão musicalmente... Sou uma mutante da minha idade cronológica, tento defender neste meu deserto, uma estética qualquer de vida.
Parece-me que entende esta vontade lúcida, de não pisar um risco qualquer...
Nem acredito em deuses, nem tenho qualquer amarra social, cumpri heroícamente uma vida. Vou tentar enquanto viver, não deixar de imaginar que, na maré vazia irei encontrar uma mão...
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