Brinquedos
Nós, que somos espantosamente grandes,
que já não deslizámos pelo gelo desde as duas guerras,
Ou se o fizemos alguma vez, sem querer
Já nos fracturámos um ano,
Um dos nossos importantes e duros anos
De gesso...
Oh, nós, os espantosamente grandes
Sentimos por vezes
Que nos faltam os brinquedos.
Temos tudo o que necessitamos,
Mas faltam-nos os brinquedos.
Temos saudades do optimismo
Do coração de algodão das bonecas
E da nossa nau
Com três fieiras de velas,
Que tanto sulcava as águas
Como a terra firme.
Gostaríamos de montar um cavalo de madeira
E que o cavalo relinchasse ao mesmo tempo que a madeira
E que nós lhe disséssemos: 'Leva-nos a algum sítio
Não importa qual,
Porque em qualquer sítio da vida
Propomo-nos levar a cabo
Formidáveis façanhas'.
Oh, quanta falta, por vezes, nos fazem os brinquedos!
Mas nem sequer podemos estar tristes
Por essa razão,
E chorar com toda a alma,
Agarrando a perna da cadeira
Porque somos tão adultos
Que não há ninguém mais velho que nós
Para nos acariciar.
Marin Sorescu,
de "Simetria"
Tradução colectiva
Poetas em Mateus, Quetzal
20 dezembro 2004
há coisas em que não vale a pena ser original...
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4 comentários:
Sou do canal poesia e vejo que tens aqui um excelente blogue:
Tb tenho um blogue.. com a minha poesia..
é o albertovelasquez.blogspot.com
Abraço e parabéns.
mt bom blog parabens
feliz natal para todos os que veem e "trabalham" no blog
passem em www.poetaasvezes.net
abraço
'Leva-nos a algum sítio
Não importa qual,
Porque em qualquer sítio da vida
Propomo-nos levar a cabo
Formidáveis façanhas'.
¡Qué maravilla! -Toda una lección de vida. (¡y qué placer leer la musicalidad del idioma nai! ...cuánto tiempo lejos!)
Me ha gustado muchísimo.
Muchísimo.
Este poema.
Saf ;-))
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