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11 junho 2013

mário botas / setembro


     "Seldom we find" says Solomon Don Dance
       "Half ann idea in the profoundest sonnet"
       E.A.Poe


  
A fisionomia, o carinho das coisas impalpáveis,
o balbuciar, todo em amarelo, dos limões...
Cintura na pedra,
correio subtil de Lesbos para Marte.

Antinous visitou-me. Deixou a casa desarrumada
e um projecto em mim demasiadamente longo.
No frágil da memória eu durmo e sou eu
deuses de papelão sentando-se a meu lado.

No leito fluvial por onde dorme o cisne
chamam por mim os outros príncipes. Todos
irmãos.

Escuridão nova na velha escuridão,
efeito de luz nas janelas do poema...
O meu cão dorme. He is a poet, isn't he?

(1980)



 mário botas

poema publicado no blogue quartzo, feldspato e mica
poema oferecido por mario botas a nicolau siao