(...)
Não fales ainda. Escuta o que foi
lâmina na minha carne: cada passo, um riso ao longe,
o latir do cachorro, o bater da portada
e este comboio que não acaba de passar
sobre os meus ossos. Fica sem palavras: não há nada
a dizer. Deixa a chuva tornar a ser a chuva
e o vento esta maré sob as telhas, deixa
o cão gritar o seu nome na noite, a portada
bater, ir-se embora o desconhecido neste lugar nenhum
onde morro. Fica se vens para ficar.
guy goffette
l'attente
la vie promise
paris
2000